terça-feira, 21 de julho de 2009

Mulher no Marrocos

A última cliente que entrevistamos tece tapetes manualmente, em uma sala de sua casa, com mais 3 ajudantes. Os tapetes são típicos da região e são vendidos ali e exportados para vários lugares do mundo, por lojistas da região. Algo que me chamou demais a atenção é que apesar da entrevistada não usar véu cobrindo sua cabeça, o tear é um tear vertical – eu nunca tinha visto um assim antes – e ela fica atrás do tear, protegida dos olhares que vem da rua. Quando entramos e esta mulher veio nos receber, demorei algum tempo para perceber que havia outra mulher tecendo atrás do tear, que com seus fios vermelhos, funciona como um véu, como uma cortina. Assim, o tear funciona como as treliças tão comuns na construção árabe, que esconde a parte de dentro das casas, para que as mulheres não sejam vistas. A própria entrevistada falou que se sente muito bem trabalhando em casa, pois pôde criar os filhos de perto, ao mesmo tempo em que tem um trabalho e se relaciona com os compradores, os lojistas, mas ao mesmo tempo está protegida, não é vista diretamente da rua o tempo todo. Esta sua sala é aberta para o exterior, com uma porta que fica aberta durante o dia. Um local de trabalho que respeita suas necessidades culturais e religiosas, e de mãe.

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