quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Conversa com o telefonista e outros amigos do Ashram da Amma

No Ashram, tem um senhor que cuida das cabines de telefone, cobrando e dando informações. Ele se chama Ravi San. Uma simpatia! Eu cheguei nele pois queria traduzir para o Malayalam (língua da região) três perguntas que, se eu tivesse a oportunidade, gostaria de fazer para a Amma. Ele traduziu as três, e antes de me entregar me deu uma aula. Uma das perguntas que eu fazia era “Qual é o meu Dharma?”. Ele disse que muitas vezes a Amma não responde esta pergunta porque o meu Dharma é o que eu estou vivendo agora, e também porque ela quer que eu tome as rédeas da minha vida, pois ela confia que eu saberei fazer as escolhas certas.

Encontramos duas brasileiras que passam temporadas de vários meses lá. A Bruna, de Goiânia, que é uma graça, super devota, de coração lindo, e a Ningma, de São Paulo, que já parece indiana. As duas foram super bacanas e nos contaram bastante da vida do Ashram, como as coisas funcionam, o que é bacana de fazer, de comer, várias coisas do dia a dia. Várias refeições nós comíamos juntos.

Nós fomos para o Ashrma junto com a Gé e o Guga nossos super companheiros de viagem e de projeto. Nós fazíamos muitas coisas juntos, conversávamos sobre nossas experiências, íamos receber Darshan juntos, sentávamos para cantar os Bajhans – cantos devocionais à noite – juntos; eu e o Beto ajudávamos a Gé na lavação de louça quando nosso trabalho terminava cedo, pois muitas vezes ela estava sozinha em um trabalho que o ideal é que seja feito por três pessoas. Foi tão bom ter ido para o Ashram da Amma juntos, depois de filmar várias instituições e termos muitos encontros em ambientes mais “mundanos”. Entrou um pouco de espiritualidade – primeiro objetivo da nossa viagem – na nossa amizade, entrando os quatro numa vibração bacana. Eu e o Beto, nos sentíamos em casa. Mas é intenso! Mesmo que você não vá nos cantos das 4:50 da manhã e fique dormindo – os cantos são opcionais -, eles vêm até seu quarto pelos alto-falantes espalhados pelo Ashram. Você está num ambiente todo ele permeado pela reza, canto, pela Amma e sua louvação.

Conversando com um amigo holandês que trabalha no escritório do Seva – e que fala português, pois seus pais eram fardados do Daime na Holanda e ele cresceu numa comunidade que falava português em seus rituais!- ele conta que sua relação com a Amma não é tanto uma relação de ter de estar na presença dela, de depender do que ela fala. Ele diz que já fez perguntas verbais e que sua resposta não necessariamente o ajudava. Que as melhores respostas que ele teve da Amma foi quando ela respondia com um gesto ou uma palavra uma questão que ele tinha em pensamento. Ou então, quando precisava saber algo, ela lhe aparecia como intuição. Ele disse tem a Amma no coração onde ele está, que não precisa estar a todo custo ao lado dela para sentir sua energia maravilhosa.

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